Mulheres e dinheiro

23/02/2021

Para você, o que é o dinheiro?

Olá!

Neste artigo quero conversar olhando bem no seu olho, pois o tema de hoje é muito, muito importante.

Vou falar sobre dinheiro! E antes que você desista de seguir a leitura, já pergunto o: o que significa dinheiro para você? Como lida com ele?

Estas duas perguntas são básicas, pois historicamente, não fomos educadas (especialmente nós, com mais de 50 anos) a prestarmos atenção no dinheiro e tampouco cuidarmos dele, do nosso. Então, nem prestamos no que ele significa tampouco cuidamos bem dele.

Felizmente esta situação vem mudando, mas ainda há uma mistura de novos comportamentos financeiros com antigos que pairam sobre nossas cabeças, vinda da nossa cultura e que atrapalha o desenvolvimento financeiro.

Na verdade, historicamente, especialmente na sociedade brasileira, há menos de 60 anos que nós mulheres passamos a ter o direito termos e administrarmos o dinheiro. Explico: foi apenas em 1962 que nos foi dado direito a ter nosso próprio CPF e com ele, abrirmos nossa conta bancária. Antes, pasme, era apenas com o aval do marido, pai ou um responsável. Claro que existiam exceções, de mulheres que foram felizmente desbravando caminhos, mas aqui me interessa o coletivo, o impacto disto na vida de cada uma de nós.

Crescemos e muitas ainda crescem (dependendo do lugar onde moram) ouvindo mensagens de que dinheiro não é coisa de mulher, que tem a ver com matemática, que os homens são mais capazes de tomar decisões financeiras, são melhores negociadores e por aí vai. E absorvemos aquilo que vimos as mulheres de nosso entorno fazerem com o dinheiro.

A maioria de nós foi ensinada a cuidar bem da família, do próximo ( reconheçam aqui as questões de gênero, apresentadas no artigo anterior) e praticamente a não considerar o dinheiro como parte da realidade, mesmo sendo algo fundamental em nossa vida. Na maioria das vezes, o dinheiro “pairava sobre a realidade familiar”, sem nunca ser explicitamente comentado, a despeito de sua relevância para a manutenção de todos.

Em um explícito paradoxo, falar sobre dinheiro não era muito educado e ensinar Educação Financeira estava fora de questão, a despeito de sua necessidade.

E o que isto tem a ver com sua vida? Muito! Veja abaixo algumas das consequências negativas ao não prestar atenção nele e cuidá-lo:

1- Dependência financeira (de pai, marido, irmão, filhos, etc).

2- Falta de coragem para negociar melhores salários.

3- Dependência de relações que podem ser abusivas (familiares, pessoais e profissionais).

4- Desenvolvimento profissional incompatível com sua capacidade, pela falta de recursos para investir em cursos.

5- Não realização de sonhos.

Caso tenha se identificado com o que escrevi acima, é hora de rever seus conceitos sobre dinheiro bem como identificar o que quer para sua vida.

É preciso entender e ressignificar o significado do dinheiro em sua vida, passando a cuidar dele, pois isto diz muito a respeito de como cuida de si mesmo. E não tem nada a ver com egoísmo, como já ouvi algumas vezes, muito pelo contrário.

E o que é cuidar do dinheiro?

É entender o que ele representa na sua vida e passar a olha-lo, entendendo suas despesas, suas receitas, se informando sobre a melhor forma de poupar e investir. É conhecer pelo menos um pouco de Educação Financeira. Pois não tem jeito, parte de nossa liberdade está sim condicionada ao tamanho de nossa conta bancária.

Como base de tudo isto, está o olhar para si mesma, cuidar de si e suas emoções, entendendo quem você é, suas relações, suas aspirações, seu mundo. E sobre tudo isto, seguirei escrevendo com mais detalhes nos próximos artigos.

E lembre-se: quanto mais conhecemos a nós mesmos, nossas histórias e aspirações, mais podemos nos emancipar e realizar escolhas pautadas nos próprios sonhos, sem sermos coadjuvantes de vidas alheias.

Espero que a partir deste artigo o dinheiro lhe desperte reflexões e faça parte de boas escolhas.

Abraços.