Privações financeiras na infância e suas consequências

06/04/2022
Recentemente tenho atendido e dado supervisão de casos que envolvem privação financeira.
Como o próprio nome explicita, diz respeito a ausência de recursos materiais que impactem na dignidade da pessoa e a prive de alimentos e condições de habitação e ensino, que comprometeu sua qualidade de vida, o equilíbrio emocional e a autoestima.
São inúmeras histórias de famílias que perderam patrimônio da noite para o dia ou de outras que sempre viveram com muito pouco, privados do básico, começando pela alimentação.
A parte boa é constatar a força das pessoas para mudarem suas vidas e fazerem diferente.
Os valores das famílias de origem foram e são alicerces que sustentaram a “batalha” por realizar sonhos: incontáveis horas de trabalho, humildade, foco, resiliência, sempre personificados em algum modelo positivo: mãe, pai, avó, tio.
Recebo histórias de sucesso, mas que deixaram em seus protagonistas marcas indeléveis, como a ansiedade e o medo de “magicamente” perderem tudo ou o desconforto ao usufruírem de um bem ou conforto material, como se ainda não se sentissem tão merecedores ou pelo desconforto da memória que evoca a criança ou adolescente carente que foi um dia.
Em termos de uso do dinheiro, são os que correm mais riscos ou no oposto, os mais conservadores. O fantasma do passado os / as acompanham e cabe a nós ajudá-los a entender as narrativas estruturadas, ressignificá-las e construir outras, mais condizentes com o/ a adulto que se tornou.
Uma tarefa que demanda por parte do terapeuta a presença plena, escuta ativa e acolhimento para receber as histórias daquele/ daquela cliente e juntos, construírem um caminho de restauração que ofereça paz às memórias de dores e perdas num passado tão hostil.
Com afeto, Valéria.
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