Sobre diferenciar-se do Sistema Familiar Financeiro

29/09/2022

Dias destes, estudando novamente a teoria de Murray Bowen, pelas lentes de minhas duas grandes mestras da terapia familiar: professora Rosa Macedo @rosamariastefanini no Livro do Genograma, organizado Ceneide Cerveny (2014, Ed. Roca), @ceneidemariaoliveira me deparei com a seguinte explanação:

“Quanto maior a predominância dos sentimentos sobre o pensamento maior a dificuldade de diferenciação (do sistema no qual o indivíduo está inserido- explicação minha). A insegurança e as necessidades emocionais fazem uma pessoa trocar a individualidade por amor e aceitação; por outro lado, os orientados pelo pensamento podem se diferenciar melhor porque têm segurança de sua identidade e se sentem livres para estabelecer relações próximas sem medo de serem sufocados” (p. 5).

Impossível não correlacionar com o uso do dinheiro, pensando nas disfunções que envolvem os “compradores de amor” (Goldemberg e Lewis, 1977) e na outra parte, aqueles que cedem, na busca de pertencimento, segurança, afeto, condições que eles mesmos não conseguem se proporcionar e acabam pagando um alto preço.

Porque quando o dinheiro é usado como ferramenta de controle e poder, especialmente nas relações familiares, tramas e conflitos de lealdade se estabelecem, segredos são criados, histórias nocivas vividas. E poucos crescem e se beneficiam.

Orientar-se pelo pensamento implica conhecer o território familiar atual e de origem, para sem deixar de pertencer, construir sua individualidade, na tarefa de se diferenciar preservando a integridade e o legado. E isto inclui o financeiro e patrimonial, que nos revelam de valores e crenças norteadoras da identidade familiar.

E você, já parou para olhar os aspectos transgeracionais do uso do dinheiro na sua família e ver se atua pela emoção ou pensamento, pela individualidade ou indiferenciação?

❕Ah! Em tempo: individualidade não é individualismo, ok?